November 22, 2024 1:08 pm

FERREIRA GULLAR, ALL POETRY: None, vacancies

Ferreira.Gullar.1NAO HÁ VAGAS
“O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão. O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada em arquivos. Como não cabe no poema o operário que esmerila seu dia de aço e carvão nas oficinas escuras porque o poema, senhores, está fechado: não há vagas. Só cabe no poema o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem preço. O poema, senhores, não fede nem cheira.”fagioli.1

THERE IS NO VACANCIES
“The price of beans does not fit in the poem. The price of rice does not fit in the poem. They do not fit in the poem the gas to light the phone milk evasion meat bread sugar. The public employee does not fit in with his poem starvation wage its closed life in files. As in the poem does not fit the worker who esmerila your day steel and coal in the dark workshops because the poem, gentlemen, is closed: no vacancies. Only fits in the poem the man without stomach cloud woman fruit without price. The poem, gentlemen, does not stink or smell. ”

(Ferreira Gullar)

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